Trabalha Muito no Computador e o Braço Está Formigando? Fique Atento à Síndrome do Peitoral Menor

Você sente dor ou formigamento no braço e na mão, acompanhados de dores musculares na região do peito e axila?
Passa longas horas digitando no computador?
Esses sinais podem indicar a Síndrome do Peitoral Menor (SPM), uma condição que envolve a compressão de nervos e vasos sanguíneos na região do peito e ombro.

Nesta imagem, vocês podem observar como a anatomia é composta.

Os nervos são fundamentais para transmitir sinais elétricos entre o cérebro e o corpo, possibilitando movimento e sensação.
Quando um nervo é comprimido, isso pode causar dor, parestesia (formigamento) e fraqueza muscular.

O Que é a Síndrome do Peitoral Menor e Como Ela Acontece?

A SPM ocorre quando os nervos e vasos sanguíneos são comprimidos pelo músculo peitoral menor, localizado na região torácica, logo abaixo do músculo peitoral maior. Esse músculo se estende das costelas 3 a 5 até o processo coracoide da escápula, e sua compressão pode levar a uma variedade de sintomas incômodos.

Principais Causas da Síndrome do Peitoral Menor:

  • Postura
  • Movimentos repetitivos
  • Lesões diretas são as principais causas da SPM

Permanecer curvado por longos períodos, como ao trabalhar em um computador, pode encurtar o músculo peitoral menor e levar à compressão.

Sintomas da Síndrome do Peitoral Menor

Dor: No peito, ombro, braço e mão, que pode ser uma dor de queimação, aguda ou constante.

Formigamento e Dormência: Especialmente nos dedos anelar e mínimo.

Fraqueza: Dificuldade para segurar objetos, sensação de “braço morto” e quedas frequentes de objetos das mãos.

Instabilidade no Ombro: Sensação de que o ombro está fora do lugar.

Estalos e Rangidos: Sensações ou sons incomuns ao mover o ombro.

Esses sinais devem ser avaliados por um especialista.

Como Diagnosticar a Síndrome do Peitoral Menor

Para diagnosticar a SPM, realiza-se um exame físico detalhado, incluindo testes específicos para identificar a compressão nervosa

Teste de Abdução e Rotação Externa do Ombro: Avalia a compressão dos nervos ao levantar e rodar o braço.

Teste de Wright: O paciente levanta os braços e vira a cabeça para o lado oposto, verificando se os sintomas são reproduzidos.

Tratamentos para a Síndrome do Peitoral Menor:

E agora, o que fazer?

O tratamento conservador é geralmente a primeira opção e apresenta uma boa taxa de sucesso.

  • Fisioterapia: Exercícios para alongar e fortalecer os músculos do peito e ombro podem aliviar a compressão. A fisioterapia pode envolver alongamentos, técnicas de mobilização e exercícios de fortalecimento.
  • Mudanças no Estilo de Vida: Praticar atividades físicas regularmente, focando em exercícios que melhoram a postura e aumentam a flexibilidade, pode ser extremamente benéfico.

Quando o tratamento conservador não é eficaz, a cirurgia pode ser necessária.
As indicações para a cirurgia incluem:

  • Persistência dos Sintomas: Se os sintomas não melhorarem após vários meses de tratamento conservador.
  • Sintomas Neurológicos Progressivos: Casos com progressão dos sintomas neurológicos podem necessitar de intervenção cirúrgica.

Conclusão:

Os sintomas descritos podem ocorrer em diversas outras patologias, como compressões neurológicas da coluna cervical ou síndromes compressivas de nervos periféricos, que são mais comuns. Por isso, é fundamental buscar um especialista para diferenciar os diagnósticos e obter o tratamento adequado.

Se você está enfrentando sintomas de dor, formigamento ou fraqueza no braço e trabalha muitas horas digitando no computador, considere a possibilidade de estar sofrendo da Síndrome do Peitoral Menor. Procurar um ortopedista é crucial para um diagnóstico adequado e para discutir as melhores opções de tratamento para o seu caso.

Referências Bibliográficas

    • Sanders, R. J., & Hammond, S. L. (2015). Thoracic outlet and pectoralis minor syndromes. Seminars in Vascular Surgery, 27(2), 86-117

    Rasgou o Tendão de Um Ombro? Melhor Verificar o Outro Também!

    Você sabia que as lesões no manguito rotador são uma das principais causas de dor e disfunção no ombro?

    Um estudo recente lançou um alerta importante: pacientes com ruptura no manguito rotador de um ombro têm alta probabilidade de apresentar uma lesão semelhante no outro ombro, mesmo sem sintomas aparentes.

    POR QUE AVALIAR AMBOS OS OMBROS?

    Um estudo publicado na revista Arthroscopy em julho de 2023 analisou fatores associados à presença de rupturas no ombro contralateral em pacientes que estavam em tratamento. Os principais fatores foram:

    • Idade: Pacientes mais velhos têm maior risco de lesões bilaterais.
    • Tamanho da Ruptura: Lesões maiores em um ombro estão fortemente associadas a lesões no ombro oposto.
    • Grau de Retração: A retração do tendão rompido é um fator significativo.
    • Infiltração Gordurosa: Um dos principais preditores de lesões contralaterais.
    • Lesões no Subescapular: Aumentam a probabilidade de lesões no ombro oposto.

    A IMPORTÂNCIA DESSES ACHADOS

    Os resultados indicaram que 63,6% dos pacientes com uma ruptura posterosuperior e 67,8% com uma lesão no subescapular apresentavam lesões semelhantes no ombro contralateral, mesmo sem sintomas. Isso sugere que a avaliação do ombro contralateral deve ser considerada essencial, independentemente da presença de dor.

    O Que Você Deve Fazer Agora?

    Avaliação Bilateral:
    Se diagnosticado com uma ruptura, peça ao seu médico para avaliar o outro ombro.

    Monitoramento Regular:
    Mantenha acompanhamento periódico para detectar sinais de deterioração.

    Decisão de Tratamento:
    Considere o risco de lesão bilateral ao planejar o tratamento.

    CONCLUSÃO: NÃO IGNORE O OUTRO OMBRO!

    O estudo enfatiza a importância de uma abordagem completa no tratamento de lesões do manguito rotador. A alta prevalência de lesões contralaterais, mesmo em pacientes sem sintomas, sugere que a avaliação do ombro oposto é essencial para otimizar o tratamento e prevenir complicações futuras.

    Referência bibiográfica

    Yoon, T.-H., Kim, S.-J., Choi, Y.-R., Kang, K.-T., & Chun, Y.-M. (2023). Age, Tear Size, Extent of Retraction, and Fatty Infiltration Associated With a High Chance of a Similar Rotator Cuff Tear in the Contralateral Shoulder Regardless of Symptoms in Patients Undergoing Cuff Repair in the Index Shoulder. Arthroscopy, 39(7), 1611-1617. DOI: 10.1016/j.arthro.2023.02.008.