O tendão é uma estrutura fibrosa, grossa, forte, mas também flexível, que pode ser encontrada em praticamente todas as articulações do corpo humano, como no pescoço, nos tornozelos, nas mãos, nos cotovelos e, claro, nos ombros.

Sua principal função é conectar os ossos ao músculo, auxiliando no equilíbrio do corpo e na execução dos movimentos. Além disso, também são os tendões que garantem a estabilidade das articulações.

Essas estruturas são formadas por fibras de colágeno, que ficam alinhadas uma ao lado da outra – característica que garante aos tendões a sua força tênsil, ou seja, a sua capacidade de puxar uma de suas extremidades, possibilitando, assim, o movimento dos ossos.

Tendões proximal e distal dos bíceps

Os ombros são formados por alguns tipos de tendões distintos: o tendão proximal e distal dos bíceps são dois deles.

tendão proximal é composto pela cabeça longa do bíceps – que é responsável por conectar o músculo bíceps à glenoide (uma cavidade articular localizada na extremidade da escápula) – e pela cabeça curta do bíceps, que conecta a caracoide (uma pequena proeminência óssea) à escápula.

O tendão distal, por sua vez, fica localizado no final do braço, mais especificamente próximo do cotovelo, ainda assim ele é considerado a parte final do ombro, já que é responsável pode unir os ossos dessa região do corpo ao músculo bíceps.

Ruptura dos tendões dos bíceps

Assim como acontece em outras articulações, os tendões dos ombros podem se romper por completo ou se “desfiarem” com o passar do tempo. Nos tendões dos bíceps, esse tipo de problema costuma ser mais comum entre as pessoas acima dos 40 anos de idade, principalmente aquelas que já sofreram algum tipo de trauma nessa região superior dos braços.

De forma geral, antes de os tendões dos bíceps se romperem, os pacientes costumam apresentar um histórico de dor nos ombros, decorrente da tendinite (ou seja, da inflamação dos tendões) ou ainda de um trauma.

Já quando o rompimento acontece, é comum sentir um estalo no ombro, seguido de uma dor intensa e aguda. Em alguns casos, é possível até mesmo ouvir o barulho do tendão se rompendo.

Hematomas que podem chegar até o cotovelo também fazem parte dos sintomas. Além disso, é comum sentir uma fraqueza no membro, após tentar dobrar o cotovelo ou elevar o ombro.

O rompimento dos tendões dos bíceps também pode contribuir para a formação de uma elevação no meio do braço, como se tivesse se formado uma bola na musculatura. Esse tipo de problema, no entanto, é mais comum em casos de rupturas traumáticas, ou seja, quando acontece devido a um impacto externo, como uma queda, por exemplo.

Tendões do manguito rotador

O manguito rotador é um conjunto de músculos e tendões que compõe a articulação do ombro. Os tendões presentes nessa região são: superespinhal, infraespinhal, subescapular e redondo menor. Normalmente, eles são os mais suscetíveis a sofrerem com as temidas inflamações, conhecidas também como tendinites.

Existem alguns fatores de risco que podem contribuir para o aparecimento da tendinite. Conheça alguns deles:
– sobrecarga sobre o tendão causada pela falta de alongamento muscular;
– postura inadequada;
– fadiga dos tendões ocasionada por movimentos repetitivos;
– avanço da idade;
– estresse;
– atividades esportivas realizadas inadequadamente ou em excesso;
– doenças autoimunes, que podem fazer com que as células de defesa identifiquem os tendões como inimigos.

Uma vez que um desses problemas acontece, causando a inflamação dos tendões do manguito rotador, o paciente passa a desenvolver uma série de sintomas, como dor, sensibilidade e fraqueza nos ombros e dificuldade em realizar alguns movimentos com os braços. Além disso, em alguns casos, é possível apresentar também inchaço, calor ou vermelhidão no local da inflamação.

Tratamento para a tendinite no manguito rotador

O tratamento para a tendinite varia conforme a necessidade do paciente. Se o objetivo for aliviar a dor, algumas medidas recomendadas são o repouso do tendão, por meio do uso de tipoias ou talas; compressas de gelo; prescrição de medicamentos anti-inflamatórios e fisioterapia.

Já se o objetivo do paciente for evitar que a dor volte a aparecer, o recomendado é alongar frequentemente a musculatura da região afetada, praticar exercícios para o fortalecimento muscular e fazer correções da postura.

Para evitar a inflamação dos tendões, também é importante ficar atento aos hábitos durante a jornada de trabalho. Fazer pequenos intervalos é uma prática saudável, bem como melhorar a ergonomia do ambiente ocupacional.

Há alguns casos, no entanto, que as medidas citadas acima não são suficientes para tratar ou diminuir a inflamação dos tendões. Isso porque, alguns problemas são mais sérios e precisam de uma intervenção cirúrgica para, por exemplo, ressecar fibroses e calcificações, limpar inflamações ou até descomprimir o tendão.

Lesão dos tendões do manguito rotador

Os tendões do manguito rotador também podem se desfiar ou se romperem por completo. Diversos fatores podem ocasionar esse tipo de problema, desde as já mencionadas inflamações, como o avanço da idade, fraturas, luxações e até mesmo fatores genéticos.

A dor é o sintoma mais comum da lesão do manguito rotador. Normalmente, ela ocorre na lateral do ombro e começa de forma sutil, se tornando mais intensa com o passar do tempo. Durante a noite e à tarde, o incômodo costuma ser mais agudo. Outro sintoma muito comum é a perda da força para realizar certos movimentos, impossibilitando que o paciente consiga, inclusive, erguer o braço.

Agora que você já sabe o que é o tendão, qual a sua função e os tipos de lesões que ele pode sofrer, é importante destacar que, diante de qualquer sintoma, o mais indicado é passar pela avaliação de um médico especialista.

Agende a sua consulta para ter um diagnóstico preciso e iniciar o tratamento adequado para o seu problema.

Dr Mauro Choi
Ortopedia e Traumatologia
Especialista em cirurgia de Ombro e Cotovelo
CRM-SP 146874 RQE 51757